Mostrar mensagens com a etiqueta Crises. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Crises. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 1 de julho de 2014

Do talento ou da falta dele


Às vezes olho à minha volta e vejo-me rodeada de pessoas talentosas. Com um jeito abismal para uma coisa (e, por vezes, mais do que uma) que a mim me parece sempre tão complexa e que acaba sempre por me fascinar. O meu irmão, por exemplo, tem um talento tremendo para tudo o que envolva computadores e tecnologias (e não, não estudou informática nem nada que se pareça) e para as ciências - bichos e plantas é com ele. Tenho amigas de economia com um jeitaço para o marketing. Tenho amigas dadas à culinária, dadas à arte, dadas à música, dadas à moda, com talentos que se vêem a milhas. Estar, quase diariamente, diante de pessoas com tanto talento e tanto potencial faz-me muitas vezes duvidar de mim... Elas com tanto jeito para coisas, aos meus olhos, tão complexas e eu sem nenhum talento particular, sem nada que, à primeira vista, me distinga dos demais.

Julgo que se poderia dizer que o meu talento é escrever. Mas será mesmo um talento? É que, melhor ou pior, toda a gente sabe escrever. Sempre disse, desde pequena e depois de me passar a panca do querer ser bailarina-veterinária-professora, que queria ser escritora. Não por achar que seria famosa ou rica mas porque sempre adorei ler, li centenas de livros quando era criança/adolescente e mesmo agora, embora não com tanta frequência quanto desejaria, continuo a ler sempre que posso. Os livros sempre foram um escape, uma maneira de conhecer outros sítios, outras vidas (ainda que fictícias), outras formas de pensar e outras realidades. Os livros eram uns amigos, uma companhia e, de forma mais ou menos consciente, sempre me senti grata aos autores dos livros que me foram acompanhando por me permitirem ter essa sensação de escape e poder proporcionar a outros esse tipo de experiências foi o que me levou a sempre ter querido ser escritora. A isso aliou-se o gosto pela escrita que sempre funcionou para mim como uma catarse, sempre foi uma parte importante da minha rotina - perdi a conta à quantidade de diários que escrevi em miúda - e que sempre me serviu de alavanca à criatividade.

Mas questiono-me tantas e tantas vezes se isto será um talento, se será realmente o meu talento ou se, pelo contrário, não o é de todo. Porque tenho tanto para dizer, tanto para contar que me sinto muitas vezes assoberbada e as palavras não fluem no teclado ou na caneta como fluem na minha cabeça ou quando fecho os olhos. E são estes bloqueios, demasiado frequentes, que me fazem muitas vezes questionar se este talento poderá mesmo vir a ser o meu. Se não for não vou saber o que fazer. Se não for este o meu talento, não me vai sobrar mais nada.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Da insegurança

Nunca me considerei uma pessoa insegura... até há bem pouco tempo. Não sei exactamente como é que isto começou. Este receio, esta obsessão, este medo de não conseguir, de não ser capaz. Não sei exactamente quando isto é que isto começou mas quero desesperadamente que acabe.

Ando chateada. Pensei que fosse com a vida, mas depois de muita (demasiada?) introspecção já percebi que não. Não é com a vida, é mesmo comigo. Por ter permitido a mim própria voltar a entrar nesta espiral pseudo-depressiva que mais parece uma bola de neve. Irrita-me estar constantemente a pensar se alguma vez conseguirei passar dos planos à acção e, por pensar isso, irrita-me estar sempre a questionar as minhas capacidades. A verdade é que, para já, passar dos planos à acção só depende de uma pessoa: eu. 

Sair de casa de manhã e só chegar já depois das 22h00 em nada ajuda. Chego a casa exausta e acordo ainda mais cansada do que quando me deitei, vá-se lá perceber por quê. E entretanto passo o dia a martirizar-me a sentir-me culpada por mais um dia ter passado sem que pusesse os meus planos, ou sonhos, ou o que quer que sejam, em acção. E era tão fácil, pelo menos à primeira vista, fazê-lo. Parece que estão ali, mesmo ao virar da esquina, à espera que lhes pegue e faça qualquer coisa deles.

Acho que preciso de um deadline. Preciso de impor um prazo a mim própria. O mês de Janeiro vai ser tão, mas tão atarefado que até me dá vontade de chorar. Mas não pode haver desculpa. Em Janeiro ou vai, ou racha. Porque pior do que não conseguir efectivamente fazer as coisas, pior do que isso, é esta sensação constante de falhanço, de que não sou suficientemente boa para mudar o rumo da minha vida.

Que o novo ano me traga a coragem que preciso para ser feliz e mais realizada.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Divagações nocturnas e ataques súbitos de nervos




Às vezes pergunto-me se serei capaz de tornar os meus sonhos em algo real. Sonhos que, à partida, são perfeitamente exequíveis (claro que envolvem esforço e dedicação, caso contrário não valeriam sequer a pena). Sei que as capacidades não me faltam, a vontade e a ambição também não, mas há sempre "se's" a pairar na minha cabeça: "e se não tenho oportunidade?", "e se me desleixo?", "e se não for capaz?" "e se nunca conseguir e ficar frustrada ad eternum?".

Odeio "se's". Odeio sentir que ainda tenho algo a provar - sobretudo a mim própria, embora também soubesse bem dar uma chapada de luva branca em algumas pessoas. E odeio a incerteza de não saber se irei conseguir. 

Ai que ganas!!! Que vontade de bater com a cabeça na parede. Eu e a minha eterna insatisfação e os meus já costumeiros dilemas interiores.

(Focus, que tens uma tese para fazer! - repetir tantas vezes quanto for necessário)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Current Mood


Sobretudo no que diz respeito ao Eat Better (ai Ágata Roquette, é bom que isto resulte!) e ao Aim Higher (ou de como a minha vida profissional está a precisar de um refresh).

Adiante, nada como um fim-de-semana no Douro para recarregar baterias. Ainda falta muito para amanhã?

P.S.: Faltam 18 dias para as férias.

Thesis report: LOL (acho que isto resume bem o estado em que a minha tese de mestrado se encontra).

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Das expectativas, dos sonhos e das saudades



Para ser franca o dia do Cortejo Académico - e o próprio cortejo em si - nunca me disseram grande coisa (multidões e horas de pé sem fim são receita para que a coisa não corra muito bem para os meus lados). Aliás, o primeiro (e único!) cortejo a que fui foi o do meu ano de finalista. 
No entanto, ontem, dia de cortejo no Porto, ao ver o Facebook inundado de fotografias de finalistas, de cartola e bengala, a nostalgia tomou conta de mim. A nostalgia e as saudades dos amigos, dos tempos de faculdade e da vida (mais) despreocupada que levava nessa altura. Era feliz.

Era feliz e não sabia. Não que agora não o seja, atenção. Mas o final do curso traz sonhos enormes (se não fosse assim também não sei até que ponto se poderiam chamar 'sonhos') e expectativas carregadas de ambição. A vida encarrega-se, mais tarde, de nos obrigar a carregar no travão e a parar no STOP.
Pelo menos no meu caso foi assim. Se calhar o problema é meu, que sempre sonhei alto de mais e agora percebo que há um tempo para tudo e que, às vezes, não basta querer e (tentar) fazer acontecer. Às vezes é preciso sorte. Às vezes é preciso ajuda. Ou se calhar às vezes é preciso reformular expectativas e arranjar outros sonhos. Os meus continuam a ser os mesmos, mas são agora acompanhados de uma ânsia, uma espécie de sufoco, de pensar que talvez não os venha a concretizar, não por não querer, mas por as circunstâncias da vida não mo permitirem. A verdade é que a minha vida já mudou muito desde o fim do curso. Está longe de ter "estagnado". Mas confesso que, por esta altura, já esperava ter alcançado mais alguns feitos. Ou pelo menos outros que não estes. Olhando para trás sei que, agora, aos meus "sonhos enormes" e "expectativas carregadas de ambição" se juntou uma boa dose de realismo, o tal que me deixa na ânsia, que me dá uma pontada de dor por saber que talvez a vida não corra exactamente como imaginei.

Serão dores de crescimento?

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Há dias assim...








Há dias assim... difíceis. E nos tempos que correm seria mais correcto dizer que há MUITOS dias assim e, por vezes, não são só difíceis são MUITO difíceis.

Saber que por muito (e bem!) que se faça e que se trabalhe, se conseguirá mudar a realidade num local que nos diz tanto é coisa para me deixar muito triste. Por um lado existe a vontade de ajudar a ultrapassar os problemas e levar as coisas a bom porto. Mas, por outro lado, quando decido que também tenho direito a ser egoísta e a pensar um bocadinho em mim de vez em quando, a bolha rebenta e a vontade esfuma-se e é o "ó vontade e motivação, que é feito de vocês?". Porque custa muito darmos tudo de nós e não receber nada troca.
Não há muito que me anime nestes dias, a não ser talvez acreditar no karma, acreditar que se for honesta e der o melhor de mim eventualmente a vida se encarregará de me recompensar, mais cedo ou mais tarde.

Infelizmente o altruísmo não me garante um futuro ou uma vida minimamente estável e às vezes estes wake up calls são mesmo necessários. Tenho que meter na cabeça que não posso continuar a querer ajudar todos à minha volta, sob pena de me deixar a mim em maus lençóis. A vida dos outros não tem (nem deve!) ser, para mim, mais importante do que a minha.

Todos precisamos de motivação para sair da cama de manhã, de sonhos, de projectos. Eu tenho os meus e é a eles que me agarro com todas as forças que tenho e tento (a muito custo, às vezes) continuar a acreditar que se trabalhar e lutar por eles, em breve os sonhos e os projectos deixam de o ser, para passarem a fazer parte do presente e da realidade.

Mas esse dia parece querer tardar em chegar, entretanto é arregaçar as mangas e ir à luta. Por mim e pelos meus sonhos. Esses ninguém mos tira.

domingo, 11 de outubro de 2009

Ócio - Parte 1

Kristen Stewart

É que tenho tanto mas tanto que fazer, e vontade nenhuma para o fazer. O menino foi jantar com os amigos e eu estou a estupidificar em frente ao computador. Ando exausta e sobretudo deprimida. Foi uma semana com dias muiiito difíceis.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Às vezes só à chapada é que isto lá vai


Sandra Oh e Ellen Pompeo

Não se cansam de ver as vossas amigas a fazer tanto disparate atrás de disparate que ficam a pensar se aquilo só irá ao sítio com umas valentes bofetadas? É que eu, neste momento, é mesmo isso que me apetece fazer a uma dear friend. Estou tão fartinha de a ver metida em confusões. Estou tão fartinha que ela não decida o que quer fazer com a vida dela. Estou tão fartinha que ela sofra e faça sofrer outras pessoas. Estou tão fartinha que ela fuja sempre das conversas que não lhe interessam e do que não lhe interessa ouvir. E, sobretudo, estou tão fartinha de não saber que mais fazer para a ajudar a encarreirar. Serei eu que já não sei ser amiga?