quarta-feira, 30 de junho de 2010

E faço minhas estas palavras

Cristiano Ronaldo chegou a um ponto na vida em que acredita que é suficiente parecer. Já não tem de provar nada a ninguém, já não está debaixo da atenção dos olheiros, já não sonha com contratações milagrosas. Já tem isso tudo, por isso acredita que é suficiente parecer. Parecer que é bom, que é empenhado, que é o melhor jogador do mundo. O problema é que para nós, portugueses que ainda acreditavam, mais do que parecer era preciso ser. Cristiano Ronaldo tinha de ser bom, tinha de ser empenhado, tinha de ser o melhor jogador do mundo. E não foi. Arrastou-se no campo, fez fitas, lamentou-se excessivamente, armou-se em diva, ficou no chão em lamúrias eternas. Os golos prometidos, os tais que chegariam como o ketchup, nunca chegaram. E por isso, ontem, o Queiroz tinha de ter tido a coragem de o tirar. Porque não estava a acrescentar nada à equipa, porque estava mais do que visto que não era ele quem iria resolver. E não tinha de ser. Não cabe a um jogador levar uma equipa inteira às costas. Mas o Cristiano tinha de ter feito mais. E a nós tinha de nos ter calhado em sorte um treinador com tomates à portuguesa, que não tivesse medo de ferir o ego do menino de ouro. Ter o Cristiano Ronaldo na equipa não passa de um título que o mundo inteiro percebeu não significar grande coisa. E a atitude no final do jogo foi reveladora da fraca formação do rapaz. "Perguntem ao Carlos Queiroz." Como se a culpa não fosse também dele, que não mexeu uma palha. E não, aquele golo ridículo contra a Coreia não contou. Para nada.

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