quarta-feira, 8 de maio de 2013

Das expectativas, dos sonhos e das saudades



Para ser franca o dia do Cortejo Académico - e o próprio cortejo em si - nunca me disseram grande coisa (multidões e horas de pé sem fim são receita para que a coisa não corra muito bem para os meus lados). Aliás, o primeiro (e único!) cortejo a que fui foi o do meu ano de finalista. 
No entanto, ontem, dia de cortejo no Porto, ao ver o Facebook inundado de fotografias de finalistas, de cartola e bengala, a nostalgia tomou conta de mim. A nostalgia e as saudades dos amigos, dos tempos de faculdade e da vida (mais) despreocupada que levava nessa altura. Era feliz.

Era feliz e não sabia. Não que agora não o seja, atenção. Mas o final do curso traz sonhos enormes (se não fosse assim também não sei até que ponto se poderiam chamar 'sonhos') e expectativas carregadas de ambição. A vida encarrega-se, mais tarde, de nos obrigar a carregar no travão e a parar no STOP.
Pelo menos no meu caso foi assim. Se calhar o problema é meu, que sempre sonhei alto de mais e agora percebo que há um tempo para tudo e que, às vezes, não basta querer e (tentar) fazer acontecer. Às vezes é preciso sorte. Às vezes é preciso ajuda. Ou se calhar às vezes é preciso reformular expectativas e arranjar outros sonhos. Os meus continuam a ser os mesmos, mas são agora acompanhados de uma ânsia, uma espécie de sufoco, de pensar que talvez não os venha a concretizar, não por não querer, mas por as circunstâncias da vida não mo permitirem. A verdade é que a minha vida já mudou muito desde o fim do curso. Está longe de ter "estagnado". Mas confesso que, por esta altura, já esperava ter alcançado mais alguns feitos. Ou pelo menos outros que não estes. Olhando para trás sei que, agora, aos meus "sonhos enormes" e "expectativas carregadas de ambição" se juntou uma boa dose de realismo, o tal que me deixa na ânsia, que me dá uma pontada de dor por saber que talvez a vida não corra exactamente como imaginei.

Serão dores de crescimento?